sexta-feira, 2 de outubro de 2009

PARA ONDE IR?


Uns dizem que o sergipano é tipicamente pacato e não gosta muito de grandes roteiros noturnos, outros dizem que os empresários que aqui se instalam arriscam em pouco investimento local. Explicações à parte, a verdade é que a cidade – tão charmosa e aconchegante – de Aracaju é impacientemente carente de opções de lazer. A nossa noite é resumida em dois ou três bares ‘pingados’ que funcionam até pouco mais da meia noite, (isso nos finais de semana, porque durante a semana um “happy hour” é tido como coisa de outro mundo por aqui) muitas vezes sem um bom som ao vivo e com o garçom quase nos expulsando da mesa, para poder encerrar suas atividades. Isso para os que optam por algo mais light, porque para os mais descolados, amantes do famoso “tuntz tuntz”, se divertir ao som de ritmos mais eletrônicos é quase como encontrar uma flor no deserto.
Diante de tudo que sabemos e de tudo que ouvimos falar, é fato comum um estabelecimento fechar enquanto outro do mesmo ramo é inaugurado. Parece que nunca temos público suficiente para preencher dois lugares ao mesmo tempo e a sensação de que nada ‘decola’ por aqui é constante Diga-se de passagem, que o processo é assim há muito tempo, antes mesmo de ser freqüente a aglomeração de  jovens ‘criativos’ elegendo as portarias das famosas select’s como ponto de encontro para o consumo do álcool, da paquera ou da exibição de enormes e potentes caixas de som, veiculando em sua maioria músicas de gosto musical duvidoso em volume máximo.
É inevitável fazermos comparações com outros Estados, onde as opções se acumulam de domingo a domingo, atingindo e satisfazendo todo tipo de gosto. Tudo bem que nossos vizinhos possuem fluxo mais acentuado de turistas e público fidelizado, o que resulta em infra estrutura e investidores dos quatro cantos do mundo, mas que bom seria podermos enfrentar o dia-a-dia cansativo das nossas obrigações profissionais com um ambiente relaxante, cardápio variado, atendimento acolhedor em plena segunda-feira ou opções culturais de peso no final de semana: shows aguardados – nem casa de espetáculo decente possuímos mais – lançamentos, apresentações alternativas, entre uma série de outros que cativem e acolham os mais dispostos.
Que as nossas praias não sejam o único programa de domingo, seguido do cinema no final da tarde, que os caranguejos da passarela ( sequência de aproximadamente dez bares na Orla) não sejam o único motivo de descontração na noite durante a semana, que a cansativa e enfadada ‘festa de camisa’ composta por três atrações do pagode não seja a única ‘atração do mês’, que a banda de renome local não seja a mesma opção por quase dois meses seguidos e repertório decorado nas noites de sexta-feira, que a população sergipana não se acostume com a mesmice, que o novo apareça, que o alto astral se instale, que o nosso potencial de entretenimento ganhe raízes sólidas e duradouras.