segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

TUMULTO DE DEZEMBRO.



Não sei por que as pessoas ficam em estado de desespero quando o último mês do ano chega. Tudo bem que para aqueles que recebem o tão esperado 13º salário é o momento de consumir, comprando presentes, escolhendo aquele objeto tão desejado ao longo do ano para se presentear ou levar para casa um monte de supérfluos, mas será que precisa efetuar essas compras de uma forma tão “vamos logo que a promoção vai acabar!”?. Semana passada me atrevi a fazer umas pesquisas de preços nas lojas do centro de Aracaju e realmente confesso que é uma tarefa altamente desgastante. Primeiro que o calor já te deixa prestes a gritar com o primeiro que esbarrar em você, segundo que aquele tumulto já te estressa ao ponto de você desistir de tudo, sem contar com as quilométricas filas, com a bagunça das mercadorias espalhadas nas prateleiras e o cansaço dos vendedores que te atendem como se dissessem: “se não for comprar, não me faça perder a vez no rodízio do atendimento”.
Tem famílias que de tão interessadas no evento das compras de natal, levam todas as crianças (no mínimo três), todas as primas, todas as cunhadas e como se não bastasse as vizinhas também acompanham. Aí é um tal de entra em loja, sai de loja, para aqui para ali, compra água para dar ao menino que não para de chorar, um esbarra esbarra sem fim. São enfeites de natal, roupas para as festas, lembrancinhas em promoção, ingredientes para a ceia, quinquilharias de todas as espécies. A mobilização é geral e não se fala em outra coisa até que o bendito mês de dezembro termine.
Até que tentei aprofundar mais minhas pesquisas, mas percebi o quanto é complicado ir às compras ao mesmo tempo em que 90% da população local nesta época do ano. O uqe vemos é uma cidade cheia de turistas e dos filhos que foram embora e voltaram para Aracaju de férias, trazendo além de muita bagagem, os novos integrantes da prole, com isso o que encontramos são shoppings abarrotados, restaurantes e pizzarias com fila de espera, trânsito caótico – está cada dia mais complicado circular nas ruas da terra dos cajueiros – onde a sincronia dos semáforos é coisa inexistente por aqui. Ali na rotula que dá acesso ao Shopping Riomar, por exemplo, enquanto uma via é liberada com o sinal verde, a outra está engarrafada, proporcionando um verdadeiro caos aos que passam em horário de pico. E se a alternativa for recorrer ao taxi, um alerta para seu bolso, o tal mês de dezembro é sinônimo de bandeira 2, ou seja, além de mais caro, mais motoristas sedentos por mais clientes, o que os deixam mais imprudentes e ainda mais despreocupados com as necessidades de quem acessa o veículo.
Sei que para muitos isso tudo faz parte do tão já enfadado ‘espírito de natal’, mas particularmente não vejo a hora de tudo voltar ao seu movimento habitual, sem tantas filas, sem tanto trânsito, sem tanto tumulto em tudo quanto é canto. Não que eu goste da rotina dos dias úteis, mas prefiro presenciar pessoas mais focadas em progresso do que em coisas temáticas de final de ano. Que janeiro de 2010 chegue logo e com ele o verdadeiro desejo da renovação do ser humano e a esperança de dias melhores para os que realmente precisam da verdadeira qualidade de vida.