quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Resquícios da Observação




Por Verônica Moura

"É preciso continuar remando tranquilamente."  Foto: Internet
Voltei. E desta vez, volto mais vivida, mais calejada, mais apurada. Já são cinco anos dona deste espaço virtual, e de lá pra cá, muitas coisas mudaram. Vi o MSN aparecer como uma das maravilhas do mundo moderno, vi o ORKUT ser o vício na minha adolescência até perder espaço para o imediatista TWITTER. Eis que surge o FACEBOOK, tão completo, útil, destruidor de lares, arranjador de conflitos, palco de exposições, citações, informações e muitas balelas.

Lá todo mundo é feliz, todo mundo é um pouco daquele livrinho “Minutos de Sabedoria”, todo mundo viaja, todo mundo se exibe sem limites, todo mundo aparece de costas para o palco daquele show do final de semana, curte todas no carnaval em três blocos diferentes de Salvador, acompanha o cortejo na folia carioca, mostra a mão no soro em um quarto de hospital ou até mesmo quem sabe naquele momento feliz em família.

NECESSIDADE. É essa palavrinha que hoje norteia as crianças mal criadas, os jovens desmiolados, o adulto hipócrita e individualista. É a bendita necessidade que faz aquele jornalista querer aparecer mais que os outros, que faz com que aquela psicóloga sem a menor condição emocional ocupe uma vaga na empresa, que faz com que o menino dos serviços gerais limpe tudo de mau humor porque o chefe dele ainda não mudou seu cargo, que faz com que o taxista invada a ciclovia e passe na sua frente sem acionar a seta, que faz com que tantos precisem trabalhar mais do que gostariam ou mereciam para poder honrar as contas dignamente.

Viver em 2013, prestes a completar 34 primaveras com doses verdadeiramente exageradas de juízo e bom coração não é nada fácil. Viver neste mundo tão devastador, onde você não sabe quem fala a verdade, quem fala mentira, quem quer te convencer, quem quer te enganar ou até mesmo quem quer o seu bem é uma tarefa DIARIAMENTE árdua. Ter a certeza e convicção de que os valores que foram adquiridos são os que valem a pena é preciso ter CORAGEM. Coragem em ser humilde, ajudar ao próximo, fazer com os outros o que gostaria que fizessem com você... coragem para não se corromper, não se vender.  

Aonde isso tudo vai parar? Não sei! Só sei que é preciso continuar remando tranquilamente mesmo que o vento sopre do lado contrário.


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